quinta-feira, 31 de maio de 2012

De quem a gente escolhe sentir saudade

Nada será se não for
Pelo potencial da dor ou do amor
Pela ilusões, incertezas, esperanças, garantias, alegrias
Quem garante, afinal, que o que puder ser será
Senão o coração querer - ou não
Dar um basta no amor, ou na dor, ou no amor
Quem dirá, afinal, que feliz é quem não diz o que sente
Percebe por um instante que a felicidade traz consigo a responsabilidade de para sempre ser feliz
E que a companhia muda da dor se faz ouvir no instante em que se está só, e que se sente só
Que não há palavras para alentar um peito angustiado
Que nunca deixa de doer
E o tempo, esse amigo-vilão incompreendido, é compreensível que se faça presente
E que pese, que a dor aumente
Ou que o amor aumente
De quem a gente escolhe sentir saudade?
E suspirar e pensar e planejar e amar e apoiar e odiar
De chorar, escrever, admirar, pensar
De perder o sono, a razão, a vontade
De quem a gente escolhe sentir saudade.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O melhor pra quem

É melhor deixar na estante aquele objeto que te lembra alguém que já existiu? Ou retirar aquele símbolo e permanecer o espaço empoeirado ao redor, que remete ao vazio deixado por quem foi embora?

Deixar a foto torcendo para que bons momentos como aquele eternizado no retrato (e no coração) possam se repetir?

Retirar a foto? Deixar o vazio? Substituir por outra, sempre lembrando o motivo da troca? Rasgar a foto?

Juntar os cacos?

É melhor sofrer junto ou sofrer ainda mais sozinho?

É melhor ter esperança ou ter consciência?

Fingir que está tudo bem ou deixar claro para o mundo que o seu mundo caiu?

Esquecer, lembrar, sorrir ou chorar?

É melhor negar um sentimento ou ignorá-lo?

Se arrepender do que fez ou do que não fez?

É melhor ir atrás ou esperar que venha?

Adiar o gozo da felicidade prometida pelo resto da vida?

Qual é a melhor prioridade: dinheiro, amor, família, felicidade?

Ignorar o próprio sentimento? Fingir que ele nunca existiu? Negar para si um direito quase constitucional? E em prol de que, exatamente?

Que medo temos da felicidade?

Para quem é preciso provar que não há fraqueza no peito onde bate um coração tão sofrido, negligenciado? É preciso mais coragem para dividir o peso do que para carregar a cruz sozinho.

Até quando?